Moments Like This Never Last (2020), dir. Cheryl Dunn

felipe caparelli
1 min readFeb 2, 2022

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Cheryl Dunn usa de sua proximidade com Dash Snow para apresentar um retrato que tenta ser franco mas não esconde sua absoluta adoração pelo artista, morto precocemente aos 27 anos. Claro que há certa franqueza (que em alguns momentos se confunde com a crueza das imagens — há cenas especialmente difíceis) mas a sensação que fica ao fim do documentário é de incompletude.

Foto: Ryan McGinley

Snow não era o mais talentoso, transgressor ou revolucionário dentre seus pares, mas era dotado de um carisma e, sobretudo, personalidade que definitivamente o destacavam dentro da turbulenta cena artística de NY na virada do século. E que o tornaria, eventualmente, em um mártir.

Embora o filme não se debruce totalmente sobre essa imagem — algo que, em vida, Snow sempre tentou evitar — e talvez até reconheça que seu personagem não tinha muito a oferecer nesse sentido, ele funciona como um panorama complexo e sensível de uma geração de artistas que tinham o hedonismo e a autodestruição como forças motrizes. E, no coração dessa cena, mais do que um legado estético, havia um homem que tocou profundamente a cada um que com ele conviveu.

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