Memoria (2021), dir. Apichatpong Weerasethakul

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Em sua filmografia, Apitchapong constantemente explora as margens que distinguem o sono do sonho, jogando com elementos que contribuem ora com conforto, ora com estranhamento, eventualmente ambos.

Longe de sua terra natal e acompanhado de Tilda Swinton, sublime, o diretor encontra na Colômbia um mundo abarrotado porém fértil, repleto de detalhes, histórias e abstrações que permitem que seus fantasmas floresçam sobre a vida.

Livre das amarras terrenas e mergulhado em questões mundanas, em “Memoria” a inquietação vem acompanhada da contemplação. Não há fúria, só som.

Se antes havia alguma hesitação acerca do que, de fato, assombra a profundeza entre sono e sonho, a resposta aqui vem como um estrondo: o que não é morte, é memória.

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